Arte Marajoara
Por Emerson Santiago
de artefatos, sobretudo a cerâmica, produzida por antigos
habitantes da Ilha de Marajó, no Pará. Sua importância reside
no fato de ser considerada a mais antiga arte cerâmica do Brasil
Tal produção revela detalhes sobre a vida e os costumes dos antigos
povos da Amazônia. Os Marajoaras faziam vasilhas, chocalhos,
machados, potes, urnas funerárias, estatuetas, apitos, bonecas para
crianças, cachimbos, porta-veneno para as flechas, além de curiosas
tangas de cerâmica (um tapa-sexo usado para cobrir as genitália
das mulheres), talvez as únicas, não só na América mas em todo o
mundo.
A arte marajoara ora caracteriza-se pelo zoomorfismo (representação
de animais) ou antropomorfismo (representação do homem ou
parte dele), bem como a mistura das duas formas
(antropozoomorfismo). Animais como serpentes, lagartos,
jacarés, escorpiões, e tartarugas estão estilizados em forma
de espirais, triângulos, retângulos, círculos concêntricos,
ondas, etc. em técnicas variadas. Para aumentar a durabilidade
do barro agregavam-se outras substâncias-minerais ou vegetais
como as cinzas de cascas de árvores e de ossos, pó de pedra e
concha, além do cauixi, uma esponja silicosa que recobre a raiz
de algumas árvores.
A civilização Marajoara não deixou cidades nem obras de arquitetura
para a posteridade, mas por outro lado legou uma cerâmica
capaz de reconstituir sua história. Louças e outros objetos, como
enfeites e peças de decoração dos antigos povos de Marajó são
exemplos da riqueza cultural dos ancestrais dos povos nativos da
área.
Dado o apelo comercial que a arte marajoara despertou por volta
de meados do século XX, hoje em dia muitos dos moradores locais
da ilha se dedicam a produzir réplicas de várias peças,
especialmente os vasos, vendidos a um bom preço a turistas.
Bibliografia:
Arte Marajoara/Cerâmica Marajoara. Disponível
em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm? fuseaction=termos_texto&cd_verbete=5353 >. Acesso em: 18 jul. 2012.
Cerâmica Marajoara.
Disponível
em<http://historiadores.skyrock.com/1784782318-ARTE- MARAJOARA.html>. Acesso em: 18 jul. 2012.
Iconografia. Disponível em:
<http://www.marajoara.com/iconografia.html>. Acesso em: 18 jul. 2012.
Urna funerária em cerâmica Marajoara.
Urna Funerária.
Urna Funerária.
Urnas Funerárias.
Complexidade, detalhes e perfeição - cerâmica marajoara
PARÁ MANTÉM CULTURA MARAJOARA VIVA
PUBLICADO EM FEV/2014
A arte da cerâmica marajoara é uma das mais antigas do Brasil, datada de 600 a 1200 depois de Cristo. Sua origem é dada no Pará, mais especificamente na Ilha de Marajó, a maior ilha fluvial do mundo, localizada na foz do rio Amazonas. Naquela época, os índios do local utilizavam o barro para confeccionar os objetos utilitários ou decorativos. Com o passar do tempo, os indígenas, visando aprimorar a resistência das peças, começaram a misturar o barro com outras substâncias minerais ou vegetais, como pó de pedras ou conchas, cinzas de cascas de árvores ou de ossos e o cauixi, uma espécie de esponja gelatinosa que recobre as raízes subterrâneas das árvores.
Mesmo com a ausência de tecnologia durante o período, as técnicas utilizadas eram muito complexas, dando características próprias à cerâmica marajoara. Seus detalhes davam formas semelhantes ao homem ou a representações de animais e possuíam sempre alto ou baixo-relevo. Em suas peças cromáticas, os índios utilizavam o barro em estado líquido, misturado com pigmentos extraídos de alguns vegetais, como o urucum e o caulim, sendo as cores branca, vermelha e preta as mais utilizadas. Seus traços harmoniosos e simétricos decoravam as cerâmicas marajoaras. Após o término, as peças eram queimadas em fogueiras ou buracos e eram finalizadas com breu de Jutaí, material que proporcionava um efeito brilhoso, muito parecido com o do verniz.
Atualmente, diversas peças da cerâmica marajoara podem ser encontradas em museus pelo Brasil, Nova Iorque e Genebra. No entanto, seu maior acervo está presente no Museu Emílio Goeldi, em Belém. Com o objetivo de incentivar o turismo e o comércio local na cidade de Icoaraci, próxima a Belém, diversos artesãos descendentes de índios tentam preservar e manter a tradição marajoara, fabricando réplicas da cerâmica, ajudando a divulgar os trabalhos indígenas e preservar um dos maiores patrimônios culturais do país.
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